O mês de Fevereiro é todos os anos marcado, nos EUA, por manifestações culturais e artísticas, pela organização de conferências, colóquios e exposições e toda uma série de eventos englobados num grande momento de comemoração da história do povo afro-americano:
The Black History Month.
Esta multiplicidade de manifestações tem, como origem corajosa e honrada, a primeira semana dedicada ao negro norte-americano, à sua história, cultura e herança – The Negro History Week – organizada, nos idos de 1926, por Carter Godwin Woodson (ver foto), director da que era conhecida, à época, como a Association for the Study of Negro Life and History.
Em particular através da Internet, são hoje inúmeras as possibilidades de termos acesso – até na nossa qualidade de amadores e divulgadores do jazz, criação afro-americana por excelência – às inesgotáveis fontes de recursos que nos dão uma panorâmica bastante completa da história do povo afro-americano.
Entre tantos outros, os sítios na Internet de canais de televisão como o Biography Channel ou o History [actualização: é preciso esperar um pouco pelo arranque do vídeo] abrem-nos neste momento caminho para a exploração de informação verdadeiramente copiosa. Mas particularmente impressionante é a visita do sítio da Encyclopedia Brittanica Online, em particular o autêntico portal que essa prestigiada fonte de recursos agora dedica ao
Black History Month.
Seria inútil, e jamais corresponderia a uma ideia (sequer) do muito que há ali para ver e consultar, dar-vos aqui conta dos inúmeros documentos, relatos e espécimes audiovisuais que o portal coloca à nossa disposição, sendo conduzidos a essa informação por links de navegação que falam por si, como Timeline, Biographies, Places & Things, Multimedia, Image Gallery ou Internet Guide entre outros. E lá poderemos ouvir, também, excertos (de maior ou menor duração) de documentos áudio e vídeo de Charlie Parker, John Coltrane, Ornette Coleman ou Louis Armstrong, por exemplo.
Uma visita empolgante, que vivamente se recomenda.
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Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão)